As empreiteiras do setor da construção civil que são sérias e se empenham em cumprir a lei são hoje as mais prejudicadas pelo excesso de burocracia e pela rígida fiscalização imposta, especialmente, pelo Governo Federal.
A avaliação é do presidente do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Luis Carlos Richter Fernandes, em entrevista concedida há pouco para o Olhar Direto. O Sinduscon e o Sincoop (Sindicato das Indústrias da Construção Pesada) assinaram hoje manifesto alertando para a situação crítica do setor em Mato Grosso,
No manifesto, os sindicatos denunciam que houve um engessamento dos preços, custos, sobrecarga de obrigações e desprezo às garantias no cumprimento dos pactos oficiais, que são firmados quando uma obra é contratada.
“Neste país, quem trabalha sério paga um preço caro por conta desse desajuste nos preços das obras, especialmente com relação ao governo federal, que não tem honrado os contratos firmados com o setor e tem dificultado a execução dos procedimentos licitatórios em termos de valor orçado”, declarou Luis Carlos
Para o líder sindical, a defasagem dos preços orçados das obras já vem ocorrendo desde o ano passado, quando os insumos registraram aumentos substanciais. “O cimento e o aço, além da mão-de-obra, tiveram reajustes muito fortes em decorrência da forte demanda, mas os valores das obras não foram corrigidos, fato que causou um forte desequilíbrio”, pondera.
A gota d’água para a publicação do manifesto de alerta foi o ajuizamento do pedido de recuperação judicial da Gemini, empresa com 30 anos no mercado doméstico regional. Na avaliação do líder patronal, o quadro da Gemini é um reflexo da situação financeira de outras empresas do setor, que são obrigadas a bancarem sozinhos os custos e a diferença de preços dos contratos não honrados, sobretudo pela União.
“E quem acaba sendo a maior prejudicada é a sociedade, que não vê uma obra ser terminada e está pagando por ela”, salienta Fichter Fernandes, ao observar que o setor público está “sufocando” a construção civil com fiscalizações contraditórias. Para ele, está evidente que hoje existe uma superposição de fiscalizações, pois existem 13 instâncias de controle que não falam a mesma língua.
Fonte: Olhar Direto – MT
Escrito por: Marcos Coutinho
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