A 9ª Semana Paulista da Contabilidade, promovida pelo Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindcont-SP, chegou a seu penúltimo dia, 20 de outubro, com o seminário “Desafios da Contabilidade na Nova Era para empresas contábeis”, ministrado pelo vice-presidente do Sescon-SP e da Aescon-SP, Carlos Alberto Baptistão; e uma ampla discussão sobre a reforma tributária, com o presidente do Sescon-SP e da Aescon-SP, Reynaldo Lima Jr, e o deputado federal, Luiz Philippe de Orleans e Bragança. Ambos os  painéis tiveram a participação do presidente do Sindcont-SP, Geraldo Carlos Lima.

O evento,  com o lema “Os Desafios da Contabilidade na Nova Era”, ocorreu no período de 15 e 21 de outubro, no formato presencial, na sede do Sindicato , e também com transmissão ao vivo  pela TV do Sindcont-SP, no Youtube.

Empreendedorismo

Na avaliação de Baptistão, para empreender, é necessário enxergar, ousar, transformar e inovar, ou seja, explorar com sucesso novas ideias. “Se formos traçar um paralelo do empresário contábil de 20 anos atrás, no ano 2000, essa pessoa tinha que pensar em tecnologia, sistema integrado, computadores e processos. Os principais desafios, na época, eram as mudanças na legislação. Vamos considerar agora um ano atrás: o cenário não era muito diferente – para atuar na área, o contador  precisava investir em tecnologia, melhorar a produtividade, aumentar os processos e continuar treinando a equipe. Além disso, continuavam as  mudanças na legislação. Contudo, há um detalhe importante: havia conflitos de geração; mudança de hábitos das pessoas, que começaram a pensar em qualidade de vida e a forma como eram tratados nas empresas, e, também, outro desafio – a ameaça da Contabilidade online. Agora, em 2020, veio a Covid-19 para nos fazer pensar o quanto é importante estarmos preparados para os desafios, constantes e frequentes em nossa área de atuação”.

Assim, o vice-presidente do Sescon-SP discorreu acerca dos principais obstáculos dos empresários e profissionais contábeis neste cenário de pandemia, uma vez que em tempos de isolamento social, home office e muitos estabelecimentos trabalhando parcialmente ou ainda fechados, muitos empreendedores têm dificuldade de manter seu negócio vivo. “Foi então que a Contabilidade ganhou mais crédito do que já tinha, porque, por estudar os fatos contábeis de um empreendimento, acaba gerando informações valiosas para a gestão e administração do negócio, ditando a saúde da organização”.

Reforma tributária

Na sequência, houve um workshop sobre reforma tributária, apresentado por Reynaldo Lima Jr., presidente do Sescon-SP e da Aescon-SP; com a participação do deputado federal do PSL, Luiz Philippe de Orleans e Bragança; e com a moderação  do presidente do Sindcont-SP, Geraldo Carlos Lima.

Na oportunidade, o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança garantiu que “a melhor proposta fiscal ainda não está na mesa porque em nenhuma delas o consumidor será beneficiado”.

Na sequência, Reynaldo Lima explicou  porque o Sescon-SP resolveu falar de reforma tributária durante a 9ª Semana Paulista da Contabilidade: “Nós temos mais de 100 mil empresas representadas em São Paulo; mais de 20 mil organizações contábeis; 60 categorias econômicas; e mais de 150 mil profissionais em todo o Estado: os contadores e as empresas contábeis são responsáveis por atender a totalidade das empresas em todos os ramos de atividades. Estudamos e aplicamos a legislação tributária, bem como integramos o fisco e o contribuinte. Uma reforma é importante, mas precisamos de uma boa reforma, por isso é essencial debatermos o tema”.

Propostas

Em um estudo feito pelo Sescon-SP  no ano passado, ficou provado que a PEC nº 45/2019, de autoria do deputado federal Baleia Rossi (MDB/SP), iria causar um desequilíbrio no setor de serviços em detrimento de outros segmentos. “Na época, fomos alvos de muitas críticas por parte da mídia, mas aos poucos os veículos de comunicação foram compreendendo o nosso ponto de vista e aceitando-o”, disse Reynaldo Lima explicando ainda os projetos da PEC nº 110, de 2019, do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (com origem no projeto do ex-deputado Luiz Carlos Hauly); e o mais recente Projeto de Lei nº 3.887/2020, do Executivo Nacional. “As duas PECs são projetos mais complexos, que precisam da aprovação nas duas Casas Legislativas, em dois turnos, e o PL é um projeto mais simples, que não precisa alterar a Constituição Federal”.

Na visão de Luiz Philippe de Orleans e Bragança, que é contra o Imposto sobre o Valor Agregado – IVA, projeto que visa a substituição e unificação dos impostos cobrados ao consumidor, é imprescindível que os Estados tenham mais autonomia sobre os tributos.

“Sem dúvida, a população vai sair perdendo em todos os modelos IVAs. Não existe um modelo IVA que a arrecadação, ou ao menos a alíquota, seja inferior ao atual Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviços – ICMS”, explicou Orleans e Bragança, pontuando ainda que é favorável a uma proposta que deixe os Estados mais livres para optarem por modelos que estejam em sintonia com as suas realidades, lembrando que há Estados que são altamente industrializados; outros que se destacam pela prestação de serviços; há quem se destaque na agricultura, etc”, argumentou o palestrante.

Na opinião do presidente do Sindcont-SP, Geraldo Carlos Lima, em meio ao debate sobre as propostas de reforma tributária, é fundamental a reestruturação do complexo sistema de pagamento de impostos do País, para que a população ganhe em transparência, sabendo qual é o destino do imposto arrecadado, e, por conseguinte, tendo oportunidade de cobrar melhorias dos poderes públicos.

Encerramento

Para encerrar a 9ª Semana Paulista da Contabilidade com pleno êxito, na quarta-feira, dia 21, foi realizada a palestra “A profissão e os desafios tecnológicos e o papel das Entidades da Classe no pós-pandemia”, proferida pelo presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo – CRCSP, José Donizete Valentina, com a presença virtual da presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis, Maria Clara Cavalcante Bugarim; tendo a moderação do presidente do Sindcont-SP, Geraldo Carlos Lima.

Na sequência haverá a celebração dos 71 anos de fundação do Centro de Estudos e Debates Fisco-Contábeis – CEDFC do Sindcont-SP, que tem por objetivo transmitir conhecimentos aos profissionais da Contabilidade. O CEDFC caracteriza-se como um espaço permanente de troca de experiências profissionais nas áreas contábil, fisco-tributária, trabalhista e previdenciária.

Nesta noite acorrerá ainda à entrega da Medalha Professor Luiz Fernando Mussolini, que, desde 2007, agracia associados ou não associados que contribuem direta ou indiretamente para o fortalecimento e enaltecimento do CEDFC. Este ano receberão a homenagem Edna Magda Ferreira Goes e Adilvo Tamanini.

A Casa do Saber Contábil encerra os sete dias do evento com uma homenagem aos colaboradores da Entidade de 101 anos, Cibelle Rodrigues e Sérgio Ricardo Martines, demonstrando a sua gratidão e o seu reconhecimento aos que não medem esforços para dar continuidade a esta história de sucesso que é o Sindcont-SP.

Por Sindcont-SP / De Leon Comunicações