Artigo escrito por Célio Levandovski*
Dia 1º de Maio sempre foi um dia de descanso. Ocorre que, infelizmente, nesse 1o de Maio – Dia do Trabalho – o que prevalece é a inquietude, a reflexão. Afinal, a pandemia que abate o mundo é também uma crise no trabalho. Diferente de outros momentos, nesse ano a maioria gostaria de estar trabalhando e se dedicando ao seu ofício, mas isso não é possível para uma boa parcela da sociedade. Aos 12 milhões de desempregados se somaram milhões de pessoas sem renda e com destino incerto. Em outras guerras, não a do vírus Covid-19, mas entre as nações, o trabalho também era a preocupação central. Os conflitos bélicos exigiam uma mobilização completa da sociedade. De traumas e conflitos na História, restaram suas marcas nas gerações dos nossos antepassados.
Hoje nosso inimigo é um vírus, uma pandemia em nível global . E seu combate passa, necessariamente, pelo isolamento social, o principal antídoto para combater a proliferação do vírus. Assim, nesse 1º de Maio temos que saudar todos os profissionais da saúde, médicos, enfermeiros, técnicos, gestores e as demais funções essenciais para minorar o trágico resultado da Covid-19. Sem esta poderosa rede de profissionais que estão à frente deste enfrentamento as baixas seriam muito além das vítimas já contabilizadas. Além destes guardiões da saúde pública, importante destacar o papel das pessoas que estão no campo para produzir nossos alimentos e de todas as pessoas que integram a cadeia produtiva até chegar ao consumidor.
E nessa guerra contra o vírus, qual o papel dos Contadores e empresários da contabilidade? Qual o papel dos Contadores para ajudar a sociedade a se reerguer? Temos lembrado que – principalmente na crise – nós, os contadores, somos os médicos para o seu negócio. O trabalho dos contadores é o remédio em meio à recessão. Diante desta crise mundial, nada será como antes, e vai ser preciso que cada ator – incluindo nós Contadores – exerça um novo papel, se reinvente, visando o crescimento do todo.
Devemos refletir, dessa forma, sobre como agir para manter ativas as pequenas e médias empresas, responsáveis pela maior fatia de geração de empregos e renda no país. De modo que, em meio a recessão, é fundamental movimentar a economia local, que irá movimentar a roda de todo o país. Nesse 1º de Maio, nossa angústia e reflexão se direciona a reconhecer que a saúde dessas empresas influencia, em última instância, a saúde dos trabalhadores. Assim, quando se fala em crise e recessão, quando se fala em demissões e empresas indo à falência, cabe a nós Contadores vestir o avental de médico dos negócios e ajudar a montar as receitas que ajudarão o bolo da economia voltar a crescer.
Assim, o que desejamos nesse 1º de Maio é confiança e perseverança. Confiança, em todos os trabalhadores que mantém o forno aquecido e fazem o bolo crescer. Confiança nos contadores e empresários, geradores de receitas, que com muito esforço farão nossas empresas saírem dessa crise fortalecidas. Perseverança, porque assim como em outros momentos de dificuldade, nosso esforço conjunto trará resultados positivos. E dias melhores virão, disso tenho toda a certeza.
*Célio Levandovski, empresário contábil e presidente do SESCON-RS
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