A chegada do SPED (o sistema público de escrituração eletrônica) em 2009 marcou um período de grandes investimentos tecnológicos das empresas para adequar os sistemas gerenciais ao novo cenário fiscal, abrindo o caminho para a automação de registros, como as notas fiscais, ECD (escrituração contábil digital) e ECF (escrituração contábil fiscal). Mas, mesmo com a consolidação atual do SPED e evolução das plataformas tecnológicas, muitos contadores e gestores fiscais autônomos ainda têm dificuldades para dominar as funcionalidades, constata Erick Pomin, CEO da desenvolvedora de sistemas contábeis e fiscais Solutta.
“O cenário mudou muito desde o SPED. Vejo muitos casos de contadores que esperam que o software que eles contrataram tenham a solução para tudo, mas eles continuam não sendo os caras de processos eletrônicos. Então o software pode ter o que eles esperam, mas, se não entenderem de processos, não vão fazer as coisas acontecerem”, continua.
Hoje, a oferta de soluções tecnológicas contábeis e fiscais é grande e Pomin explica que existe um fenômeno chamado de verticalização de softwares: muitas startups e spin-offs detectam uma “dor” (necessidade) do cliente e transformam em produto, o que segmenta ainda mais os serviços oferecidos. Diante de tantas opções, a escolha deve ser feita em conjunto com um profissional de TI, recomenda o executivo. “Quando você perceber, vai ter de 30 a 40 aplicações rodando no sistema que não se conversam. Pelo contrário, até são concorrentes.”
Para o segmento de escrituração fiscal, por exemplo, a Solutta oferece softwares que integram dados por meio de APIs [programação entre vários sistemas, onde um deles fornece informações e serviços que podem ser utilizados pelo outro] e robotização de processos, o que elimina drasticamente a ocorrência de erros humanos. A Solutta também oferece serviços de consultoria de gestão e fiscal, orientando clientes e empresas sobre as melhores práticas de mercado e otimização do uso de tecnologia.
Escrituração automatizada
Pegando como exemplo a escrituração de notas fiscais de serviços eletrônica (NFS-e), é possível criar uma aplicação ou robô que acessa diariamente o webservice fiscal de determinada prefeitura e faz o download de documentos contendo o CNPJ do cliente. Os arquivos baixados, por sua vez, serão integrados e customizados no ERP (a plataforma de gestão integrada de dados) do usuário, sendo armazenados no módulo de escrituração fiscal. “E tudo sem interferência humana”, assinala Pomin.
Na Solutta, as soluções de escrituração fiscal são concentradas na Auditto, empresa do grupo responsável pela criação de ferramentas tecnológicas de automação para auditoria, apuração de impostos e conferência de documentos fiscais eletrônicos. Com processos automatizados, robôs cuidam de tarefas como emissão de nota fiscal e entrega das obrigações acessórias.
Arquivos fiscais, como o ECD e ECF são gerados e emitidos para os diversos órgãos públicos (Estado, prefeitura, Receita Federal) conforme datas especificadas. “Como os arquivos são padronizados, criamos automações que buscam esses dados e controlam a entrega das obrigações. Conseguimos, com bastante agilidade, mostrar para o cliente qual é a saúde contábil-fiscal das suas empresas”, destaca o executivo.
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