Comissão Especial da Reforma Tributária pretende ouvir ministro da Economia ainda este mês, antes de encerrar os trabalhos
Na audiência, outras propostas de mudança foram apresentadas. O empresário Flavio Rocha, representando o setor produtivo, sugeriu que a base da arrecadação sejam as movimentações financeiras, para se adequar à economia do século 21. Foi a mesma linha adotada pelo segundo vice-presidente da Câmara, deputado Luciano Bivar (PSL-PE). Ele apresentou uma emenda à proposta de reforma que cria o IUF, Imposto Único Federal, extinguindo 11 outros tributos.
“Vamos esquecer essa base tributária antiga, obsoleta, arcaica, com uma nova forma, porque estamos num momento digital, não estamos num momento analógico. Não adianta termos impostos declaratórios, temos que ter impostos automáticos, que sejam cobrados no momento em que se faz uma operação financeira”, disse Bivar.
A simplificação do sistema de arrecadação proposta pela reforma tributária é vista por Paulo Kliass, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, como um instrumento para diminuir as desigualdades econômicas e promover a justiça fiscal.
“Qualquer sociedade que pretenda dar um mínimo de solidariedade pra seus integrantes, que pretenda oferecer serviços básicos como saúde, educação, previdência social, assistência social, precisa ter uma base de arrecadação. Esse mito de um Estado mínimo, esse mito de ‘não quero pagar imposto’, ele não leva a nenhum tipo de articulação de uma sociedade minimamente solidária”, disse.
Transparência
Para o relator da proposta de Reforma Tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), as sugestões apresentadas na audiência têm um diagnóstico comum: sempre quem paga o imposto é o cidadão, que não sabe exatamente qual a porcentagem de tributos está embutida nos bens e serviços. Por isso, ele ressalta a importância da busca pela transparência na arrecadação.
“O que nós queremos com um sistema como esse é trazer exatamente essa clareza para que o cidadão possa saber quanto de fato ele paga de impostos e isso, sem dúvida nenhuma, vai trazer uma cidadania fiscal, que é isso que nós estamos buscando numa reforma como essa”, observou.
Durante a audiência pública, os integrantes da Comissão Especial aprovaram a transformação da convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em convite, mas deram prazo até o dia 22 de outubro para que ele compareça ao colegiado. A previsão é encerrar os trabalhos da comissão até 30 de outubro.
Por Agência Câmara
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