28/05 – Conquistar a autonomia profissional e não depender de horários fixos e da rigidez patronal é uma das razões que explicam a migração de trabalhadores com carteira assinada para empreender em um negócio ainda não formalizado.
Segundo o levantamento, quatro em cada dez empresários informais garantem que estão no mercado informal para não depender de patrões, de acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito.
Outras razões ainda citadas que justificam a migração estão mais atreladas às necessidades pessoais, como o desemprego após uma demissão (48%) e a busca por um retorno financeiro mais atrativo (41%).
Mais de 80% dos entrevistados alegam não adotar qualquer tipo de gestão financeira, seja para controlar, analisar ou planejar o dinheiro acumulado com o negócio. Isso pode ser verificado pelo fato de que em cada 10, pelo menos oito empresários afirmam se dedicar inteiramente ao negócio.
O percentual de trabalhadores informais que já trabalharam com carteira assinada em algum momento de suas vidas é de 78%, mas somente 2% do universo dos entrevistados mantém “vida dupla”, ou seja, acumulam esse tipo de atividades com algum vinculo formal.
O dado comprova que nem todos os trabalhadores recorrem à informalidade para complementar a renda familiar, mas que a maioria absoluta sobrevive integralmente da prática informal.
Para o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, Roque Pellizzaro Junior, uma das mais graves dificuldades do empreendedor informal é a limitação que o modelo clandestino impõe ao próprio negócio. “A informalidade impede que o empresário desenvolva seus negócios. Por isso ele perde em competitividade”, explica.
Sete em cada 10 entrevistados precisaram de algum capital para a abertura do atual negócio, sendo que, desses, 76% utilizaram exclusivamente o dinheiro do próprio bolso.
Como não portam CNPJ, esses empresários não conseguem comprovar vínculo formal, considerado uma garantia básica para a obtenção de linhas de crédito e financiamento em instituições bancárias.
Para o SPC Brasil e a CNDL, a ausência de gestão nessas empresas está relacionada à baixa escolaridade e à falta de tempo que o empreendedor tem para adotar técnicas mais racionais de controle.
De acordo com a pesquisa, a jornada de trabalho média diária de um empreendedor informal supera a de um trabalhador comum contratado em regime CLT. São aproximadamente oito horas por dia, de segunda á sábado, somadas, ainda, as outras seis horas no domingo.
Fonte: Brasil Econômico
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