Classe contábil será protagonista em termos de relatórios de sustentabilidade, devendo preparar-se para dominar os padrões CBPS
As pautas ESG, sigla em inglês para ambiental, social e governança, vieram para ficar e transformar práticas empresariais e trazer excelência na governança corporativa. Nesse cenário, o Conselho Federal de Contabilidade acaba de criar o Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS), com o apoio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Superintendência de Seguros Privados (Susep), do Banco Central do Brasil (BCB) e da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previ).
O novo órgão irá dialogar com o International Sustainability Standards Board (ISSB), criado no ano passado pela Fundação IFRS na Conferência das Partes da ONU, a COP26, em Glasgow, no Reino Unido.
Apoio ao contador
Com o intuito de estudar, preparar e emitir documentos técnicos sobre divulgação das práticas de sustentabilidade (ambiental, social e de governança – ASG), o CBPS será um grande apoiador do contador brasileiro na sua missão de alinhamento com as melhores práticas de sustentabilidade. “Os padrões que serão emitidos pelo CBPS estarão alinhados com os padrões globais do ISSB, da Fundação IFRS. Portanto, o conhecimento e o estudo desses padrões se tornarão algo indispensável ao profissional da contabilidade para que ele possa efetivamente apoiar as empresas na elaboração dos relatórios corporativos sobre sustentabilidade”, afirma o integrante do Grupo de Trabalho (GT) de criação do CBPS e ex-presidente do CFC, Zulmir Breda, ao ressaltar que se trata de padrões de divulgação, para que as empresas possam ser avaliadas comparativamente entre elas, em termos de boas práticas de sustentabilidade ambiental, social e de governança.
Oportunidade de negócios para a classe contábil
Para Zulmir, esse cenário deve expandir as oportunidades de negócios para a classe contábil, tendo em vista que é ele que tem o papel de prospectar e reunir as informações sobre sustentabilidade e fazer análises comparativas de harmonização dessas informações com àquelas constantes dos relatórios financeiros, evitando conflito entre os relatórios de sustentabilidade e o que as demonstrações contábeis espelham. “Assim como os relatórios financeiros das empresas são elaborados pelos contadores reunindo informações de diversas áreas de cada organização, condensados em registros elaborados com base em normas contábeis, os relatórios de sustentabilidade também evidenciarão informações produzidas por vários setores das empresas, em termos ambientais, sociais e de governança, com base num padrão reconhecido internacionalmente”.
Muitas empresas já adotam a prática de divulgar informações de sustentabilidade, criando setores específicos para cuidar da sua produção e novos cargos em nível de direção superior, e o contador deverá estar presente nessas equipes. Para Zulmir, não é por outra razão que a Fundação IFRS chamou para si a responsabilidade de criar o International Sustainability Standar Board – ISSB, visando criar padrões globais de divulgação de sustentabilidade alinhados com os padrões IFRS. “Os contadores, portanto, terão um papel de protagonismo em termos de relatórios de sustentabilidade, devendo preparar-se para dominar os padrões que serão emitidos pelo CBPS”.
No ambiente das pequenas e médias empresas, segundo o líder setorial, o profissional da contabilidade terá ainda maior responsabilidade na preparação das informações para os relatórios de sustentabilidade pois essas organizações geralmente, não contam com uma estrutura específica para esse processo.
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